O Figueira que vimos hoje no Scarpelli apresentou algo de novo. Se alguns problemas persistem, foi muito bom ver o espírito do time renovado. O Furacão tinha pela frente um dos melhores times do campeonato e não se intimidou, brigou de igual no primeiro tempo. Bola na trave de um lado, bola na trave no outro, pressão de um lado pressão de outro.

Se no segundo tempo, os dois gols sofridos pareciam indicar que continuávamos padecendo da mesma agonia, o time dentro de campo não se entregou. Quando a torcida do Fluminense resolveu fazer a ola, vimos o sinal que precisávamos que não iríamos perder o jogo. Almir entrou, mas dessa vez no lugar de um volante, Goiano pode estar procurando nele seu novo Maicon, o time cresceu, sobrou em vontade. Aloísio fez o primeiro, fez o segundo, que foi erradamente anulado. Para mostrar que a fase é outra, o gol saiu de onde menos se esperava, João Paulo, ele mesmo, acertou uma cobrança de falta magistral e garantiu o empate.

Alem da postura, acho que vale observar a capacidade do Goiano em extrair dos jogadores o maximo que eles têm a oferecer. Os criticados João Paulo e Heder, por exemplo, foram peças importantíssimas no acesso e mostraram ontem que podem render mais do que vinham rendendo. Para quem não lembra, o Coutinho foi titular durante todo o primeiro turno do acesso, isso só demonstra a competência do Capitão. Com ele, também não tem pressão externa na escalação, ele decide quem joga e ponto, não importa a opinião nem de empresário nem de imprensa. Aliás, na capacidade dele de isolar o grupo de jogadores da confusão política do clube reside boa parte da nossa esperança.

Por fim, a vinda de goiano trouxe a torcida ainda mais para perto do time. Quem foi no Scarpelli ontem viu novamente aquele temido caldeirão que é respeitado no Brasil inteiro. Claro que nem tudo é perfeito, nossa defesa continua vulnerável, especialmente no jogo aéreo, mas o jogo de ontem mostrou que lutaremos até o fim.